O potencial da economia azul para a América Latina e o Caribe

14 de novembro de 2022

Durante a COP27, no Egito, o CAF organizou um painel de especialistas para discutir sua estratégia em oceanos para os próximos cinco anos, focada em catalisar recursos para preservar a saúde dos mares, promover novos projetos regionais que gerem benefícios sociais e comunitários e estimular o turismo sustentável que contribui para o crescimento econômico.

O potencial da economia azul para a América Latina e o Caribe

Na ocasião, os participantes, moderado por Rémi Parmentier, diretor do Grupo Varda e um dos fundadores originais do Greenpeace, analisou os principais desafios enfrentados pelos oceanos globalmente e o papel determinante que a América Latina e o Caribe têm na liderança da proteção dos oceanos por meio de iniciativas inovadoras que podem dar o tom em outras regiões.

Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF, afirmou que a organização internacional destinará USD 1,250 bilhões para preservar a saúde dos oceanos e que, para investir os recursos de maneira eficiente, é necessário alinhar todos os atores e seus interesses para garantir tanto a viabilidade dos investimentos quanto seu impacto no desenvolvimento socioeconômico e nas comunidades locais dos países latino-americanos.

Os especialistas qualificaram a ideia de que a proteção marinha também se caracteriza como ação climática, uma vez que contribui tanto para a mitigação quanto para a adaptação do aquecimento global. Para Minna Epps, diretora do Programa Global Marinho e Polar da IUCN, “há cada vez mais informações sobre as oportunidades de financiar planos para proteger os oceanos. Os bancos multilaterais têm desempenhado um papel decisivo, nos últimos anos e, para o futuro, estão em uma posição inigualável para se tornarem guarda-chuva e integrarem os interesses de todos os atores”.

Ainda segundo os especialistas, o CAF está bem posicionado para liderar e coordenar as estratégias para que os países latino-americanos desenvolvam planos para reduzir a perda de biodiversidade, a erosão das zonas costeiras, estabelecer mecanismos de sequestro de carbono azul, promover o turismo sustentável e fomentar iniciativas inovadoras que possam ser replicadas regionalmente.

”Há três grandes desafios para a criação de planos de sustentabilidade oceânica: financeiro, político e técnico. Precisamos aumentar a ambição dos países e adicionar novos membros para que, até 2030, haja planos concretos para preservar os oceanos”, comentou Cinthya Barzuna, Ocean Action 2030 Coalition.