Arte, natureza e justiça climática como vetores do desenvolvimento sustentável na América Latina e Caribe

O desenvolvimento sustentável da América Latina e do Caribe ganha um novo impulso com a assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Instituto Inhotim e o CAF. A parceria propõe uma colaboração estratégica em temas como ação climática, educação ambiental, cultura e inclusão social, conectando arte, biodiversidade e transformação nos territórios.

Assinado por Estefania Laterza, representante do CAF no Brasil, e por Paula Azevedo, diretora-presidente do Inhotim, o acordo abre caminho para projetos conjuntos que combinem saberes científicos, artísticos e comunitários. As iniciativas terão como foco soluções baseadas na natureza, justiça climática e valorização de práticas sustentáveis enraizadas na diversidade latino-americana.

Com destaque para experiências latino-americanas em sustentabilidade, biodiversidade e cultura, a parceria também prevê o fortalecimento da participação do banco na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro.

Estefanía Laterza destaca que a assinatura do Memorando representa a disposição do banco e do Instituto Inhotim em aprofundar a cooperação institucional para impulsionar agendas transformadoras em escala regional, a partir de práticas inovadoras e do fortalecimento de alianças que conciliem preservação ambiental, inclusão social e expressão artística.

“Esta parceria está alinhada com um desejo institucional de pautar discussões relevantes nos campos da educação e da natureza. O Inhotim, ao longo dos anos, tem acumulado um repertório de conhecimento nesses campos e quer ampliar o alcance do que temos produzido. Com o CAF, conseguiremos potencializar significativamente o alcance dessas importantes reflexões”, explicou Paula Azevedo.

Entre os eixos de cooperação, estão previstos:

• Educação para a sustentabilidade e mudança climática, com o desenvolvimento de programas educativos voltados a jovens, mulheres e comunidades vulneráveis, alinhados à Agenda 2030 e aos compromissos da COP30;
• Conservação da biodiversidade e soluções baseadas na natureza, incluindo projetos de regeneração de áreas degradadas, restauração de flora afetada por eventos extremos e valorização de saberes ancestrais, com ênfase nos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado;
• Fortalecimento de jardins botânicos, por meio da criação e apoio a instituições da América Latina e Caribe, com base na experiência do Jardim Botânico Inhotim;
• Arte como instrumento de transformação social, com apoio a exposições, intervenções culturais e residências artísticas que promovam a justiça climática, a equidade de gênero e os direitos humanos;
• Economias criativas e verdes, com fomento à bioeconomia, economia circular e cadeias produtivas sustentáveis lideradas por comunidades locais, especialmente na região de Brumadinho;
• Diálogo global e posicionamento na agenda climática, com atuação conjunta em fóruns multilaterais e redes internacionais dedicadas à sustentabilidade cultural, climática e educativa.

Instituto Inhotim

Localizado em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (MG), o Instituto mantém uma forte relação com seu território. Trata-se de um museu de arte contemporânea e jardim botânico que integra arte, natureza e educação em uma área de 140 hectares, entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado.

O acervo do Inhotim inclui mais de 500 obras de 56 artistas de 18 países, distribuídas em 24 galerias, além de esculturas e instalações em grande escala ao ar livre. O espaço abriga também jardins temáticos, espécies vegetais de diversos continentes e o Viveiro Educador, dedicado à pesquisa e educação ambiental. Essa combinação singular faz do Instituto uma referência internacional na convergência entre cultura, meio ambiente e território.aos profissionais e empresas do setor.