FiCS, CAF, BNDES e iCS se unem para a transição energética

Na COP30 em Belém do Pará, a iniciativa Finanças em Comum (FiCS), o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe -, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) anunciaram o lançamento da Coalizão de Apoio à Transição Energética Global.

November 15, 2025

A mobilização de investimentos em eficiência energética em economias emergentes e em desenvolvimento continua sendo um dos desafios mais críticos e persistentes para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Acordo de Paris. Apesar dos significativos benefícios econômicos e sociais da eficiência energética - como a redução das emissões, o aumento da competitividade e a melhoria da segurança energética - os altos custos iniciais, os mercados fragmentados e o acesso limitado a instrumentos financeiros adaptados continuam a impedir sua implantação em larga escala.

"Para a CAF, a transição energética não é apenas uma questão climática; é uma questão de desenvolvimento, competitividade e de dar aos países do Sul Global a oportunidade de crescer com energia mais limpa, mais acessível e mais confiável", disse Nicolás Mendioroz, executivo sênior da Gestão de Infraestrutura da CAF. "E a América Latina tem a vantagem de ter uma das redes de eletricidade mais limpas do mundo. Se tirarmos bom proveito disso, poderemos atrair novas indústrias, criar empregos e transformar a região em um centro global de energia verde e manufatura verde.

Os bancos públicos de desenvolvimento podem desempenhar um papel catalisador fundamental na superação dessas barreiras, principalmente nas economias emergentes e em desenvolvimento. Com mais de US$ 5 trilhões em ativos e um profundo conhecimento dos mercados locais, os bancos públicos de desenvolvimento podem mobilizar capital e canalizar recursos para projetos de alto impacto. Com base nas discussões da COP28, da Cúpula do FIFC na Cidade do Cabo e de outros importantes fóruns internacionais, essa iniciativa busca estabelecer uma plataforma dedicada para que os BPDs colaborem, compartilhem as melhores práticas e acelerem o progresso em direção às metas globais de eficiência e sustentabilidade.

O lançamento dessa iniciativa ocorre em um momento crítico. Os compromissos globais - especialmente a decisão da COP28 de dobrar as melhorias de eficiência energética até 2030, reafirmada pelo G7 e pelo G20 - criaram um foco político renovado na implementação. A Coalizão tem como objetivo ajudar a traduzir esse foco em investimentos práticos e caminhos de implementação, complementando os esforços mais amplos apresentados na COP30 em Belém para apoiar uma transição energética global justa e inclusiva.

Por meio da Coalizão de Transição Energética da FiCS, buscamos três objetivos coletivos: (1) expandir o acesso à energia em colaboração com iniciativas como a Mission300; (2) integrar a eficiência energética e desenvolver orientações sobre instrumentos financeiros para projetos soberanos, concessionais e apoiados pelo orçamento, com base no kit de ferramentas PEEB; e (3) impulsionar a descarbonização industrial apoiando os bancos públicos de desenvolvimento na redução de emissões em setores difíceis de descarbonizar por meio de inovação, diálogo sobre políticas e colaboração com parceiros como GRA, GSC, GFANZ e Meridiam.

Para atingir esses objetivos, a Coalizão trabalhará por meio de uma variedade de mecanismos nacionais e regionais, sendo as plataformas nacionais um importante facilitador de coordenação e impacto. Ela também promoverá a inovação financeira e técnica por meio do Laboratório de Inovação da FICS e da Plataforma de Garantia Global, fortalecerá o compartilhamento de conhecimento Sul-Sul e melhorará a disponibilidade e a transparência dos dados para fortalecer a responsabilidade e atrair capital privado.

Para apoiar esse trabalho e garantir uma ampla participação, a Coalizão adotará um modelo de governança que reflita a diversidade regional. Reconhecendo o papel proeminente da região da América Latina e do Caribe (ALC) nos processos globais que levaram à COP30, o primeiro grupo de copresidentes virá da região. Cada pilar temático será liderado por bancos públicos de desenvolvimento e parceiros de outras regiões para garantir uma representação equilibrada e permitir o intercâmbio de lições aprendidas e fatores de sucesso. Com o tempo, um sistema rotativo de presidentes geográficos fortalecerá a colaboração inter-regional e garantirá que as nuances e as prioridades de transição de cada região sejam refletidas no trabalho da Coalizão.

Na COP30 em Belém, reafirmamos nosso compromisso comum de promover uma transição energética justa e inclusiva e convidamos todos os Bancos Públicos de Desenvolvimento e parceiros a se juntarem a nós na mobilização de conhecimento, capital e colaboração para a energia sustentável em todo o mundo.

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